Mesmo sem casos, DF se antecipa contra a varíola do macaco

Tratada no Brasil como Monkeypox, este tipo de varíola já está presente em 23 países, com 333 registros

2 de junho de 2022 às 14:00

O Distrito Federal já está preparado para lidar com a possibilidade de aparecimento do vírus Monkeypox na região, doença popularmente conhecida como varíola do macaco. O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) do DF emitiu um alerta epidemiológico às unidades da atenção primária e hospitalares das redes pública e privada para que fiquem atentas aos possíveis casos suspeitos da doença.

No momento existem quatro episódios da doença em investigação no país, nos estados do Ceará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Em caso de suspeita, o Laboratório Central de Saúde Pública do DF (Lacen) enviará os exames realizados para análise na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A transmissão entre humanos acontece principalmente por meio de contato com pessoas que apresentem secreções respiratórias, pelas lesões da pele de quem está infectado ou por objetos recentemente contaminados.

“O ideal é a gente tentar conter, identificar rapidamente o caso – o que é muito parecido com o que fizemos com a covid – e colocar a pessoa em isolamento. Se o Ministério da Saúde entender que é preciso usar a vacina para conter a doença, ela será usada nos contatos próximos da pessoa infectada”Priscilleyne Reis, chefe do Cievs

O nome Monkeypox tem sido usado pelo Ministério da Saúde para se referir à doença e evitar a estigmatização e possível discriminação contra os macacos que, na verdade, não são os hospedeiros do vírus. A doença foi identificada na década de 1950, na África, em duas colônias de macacos mantidos em cativeiro para pesquisas – daí a origem do nome. Mas os primeiros hospedeiros do vírus são roedores.

Na última sexta-feira (27), durante a reunião quinzenal de monitoramento de eventos em saúde pública, mais de 100 profissionais receberam informações sobre a doença disponibilizadas pelo Ministério da Saúde. “Tanto os trabalhadores da saúde quanto a população aprenderam muito com a pandemia de covid-19 e, se preciso, vão tomar os cuidados necessários”, disse a chefe do Cievs, Priscilleyne Reis.

Ela afirma que, no momento, não há indicação de vacinação em massa referente à Monkeypox. “Seguimos a orientação do Ministério da Saúde. A vacina que está sendo levantada é a vacina da varíola. No momento, não temos indicação pela pasta federal do uso dessa vacina. O ideal é a gente tentar conter, identificar rapidamente o caso – o que é muito parecido com o que fizemos com a covid – e colocar a pessoa em isolamento. Se o Ministério da Saúde entender que é preciso usar a vacina para conter a doença, ela será usada nos contatos próximos da pessoa infectada”, explica.

No momento, a orientação do Cievs é que, em caso de suspeita de contaminação por Monkeypox, a pessoa fique isolada. “Não se deve esperar a confirmação do exame. O isolamento deve ser feito imediatamente”, adverte a gestora. Como a vacina da varíola não faz parte do calendário de imunização, não é disponibilizada regularmente. “Com a doença controlada, não temos mais a distribuição da vacina”, explica. Segundo Priscilleyne, os estudos sobre a eficácia da vacina contra varíola ainda estão no começo, razão pela qual os dados não são conclusivos.

Em 15 de maio deste ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recebeu a notificação de quatro casos confirmados da doença em pessoas residentes no Reino Unido. De acordo com o Ministério da Saúde, até 30 de maio a Monkeypox estava presente em 23 países, com 333 casos confirmados e sete suspeitos.

Fonte: Agência Brasília

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